Marrocos 2010 - Dia 5

Dia 5 (320Km)

O amanhecer sem chuva elevou o ânimo. Descemos o resto do Gorge e fomos a Boumalne abastecer. Já tínhamos cerca de 300Km com um depósito.



Não perdemos muito tempo, seguimos para Ouarzazate, mas em El-Hart virámos para norte para fazer uma pista que o tipo do Albergue nos aconselhou. Chamam o Vale Rosa e termina em Bou-Thrarar. O GPS tinha o track assinalado, mas mais uma vez o caminho desapareceu e tivemos de inventar.







Para tentar encontrar a pista para Bou-Thrarar decidi subir um monte. Como havia muita pedra, o Nelson e o Armando perderam tracção e precisaram de ajuda. Claro que fiz-me pagar de uma cerveja para compensar a dívida das dunas.



Encontrámos a pista e seguimos montanha acima.







Uns kms mais tarde avistámos civilização.





Continuámos para norte e encontrámos uns espanhóis com GS650, XT660 e uma DRZ450, equipados até aos dentes. Trocámos umas impressões e pareciam experientes nas pistas Marroquinas. Seguimos com eles até Amesker. Perguntámos aos locais qual era a saída, disseram-nos que uma das pistas acabava passados 5Km e a outra foi desaconselhada por um dos espanhóis. Ele disse que a tinha feito em Maio e não queria repetir a dose. Disse que era muito difícil e que acabava numa descida íngreme que ele fez de lado agarrado à mota. Eles iam voltar para trás. Não é uma coisa que me agrade, mas perante este cenário negro não quisemos arriscar. Para a próxima quero tirar isto a limpo.



Voltámos para Ait-Youl e seguimos a estrada para El-Kelâa-des-Mgouna. Aí apanhámos a N10 até Ouarzazate. Uma cidade moderna e limpa, mas não é isto que procurávamos nesta viagem. Vimos muita polícia, pessoal a trabalhar e muitas bandeiras e fotografias do Rei. Algo se passava mas não percebemos o quê. O objectivo do dia era chegar a Marrakesh. Almoçámos e seguimos para a rota dos Kasbahs.



Viagem interessante. O alcatrão deu lugar a uma pista rápida que está em obras. No caminho cruzámo-nos com um pelotão de 10 GS800 em fila indiana, com malta equipada até aos dentes mas sem um grão de pó em cima! Pessoal que se diverte de outra forma. A pista deu lugar a alcatrão novamente e aproveitámos para ganhar tempo porque estava a anoitecer.





Uns kms mais adiante apanhámos a N9. Nunca pensei que me pudesse divertir tanto em alcatrão com os MT21 e a mota carregada. Como já era tarde decidi pedir à Rosa para fazer uma reserva on-line num sitio porreiro em Marrakesh, perto da praça Jemaa El-Fna para não termos de pegar nas motas nem apanhar táxis. Entretanto continuámos a curtir as curvas da N9.



Os últimos kms até Marrakesh foram difíceis porque havia muito trânsito. Muitas motas e bicicletas circulavam sem luz. Chegámos a Marrakesh já de noite e a confusão era muita. O dinheiro gasto em sinais de trânsito e marcações na estrada foi mal empregue. Tínhamos apenas a morada do Riad que a Rosa mandou por sms. Passados cerca de 30min tivemos de aceitar a ajuda de um local. Quando lhe dei 20dh ele disse que era pouco, insistiu mas não teve sorte. Nunca teríamos encontrado o Riad, fica dentro da Medina escondido numa rua estreita onde não passa trânsito.



Felizmente o Riad era um oásis dentro da cidade. Calmo e bem decorado e com um clima agradável. Deixámos o material no quarto e fomos procurar um parque para as motas. O primeiro não aceitou mas no segundo (fechado e mais organizado) deixámos as motas por 20dh (negociados, claro!). Fomos para a praça jantar e passear. Habituados à calma dos locais onde ficámos, Marrakesh provoca um impacto enorme. Primeiro comemos (já eram 22h) e depois passeámos um pouco pela cidade para contemplar a confusão.







Continua…

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